Fiz esse poema no trânsito do Rio no sinal ali na Lagoa, à noite, quando vi um menino de uns 6, 7 anos dançar desesperadamente sem sapato e sem camisa, somente de shorts, por uma moeda que fosse. Sua dança era um pedido de socorro e o retrato da fome.
MAGRINHO
“Ele dança frenético no compasso do samba funky a passos de Michael Jackson no piloto automático ícone do efeito mimético sem sapato sem bola se alimenta de cola e dança e roda ele e sem sem pai sem mãe. Em meio a automóveis a noite vem vai de vidro em vidro de sopro em sopro alguns olhos faz chorar outros ignorar que o magrinho some mas ele não para seu ritmo e a fome”