A fama nunca foi uma finalidade para Letícia Spiller, mas sim um meio para expressar sua arte e vocação. Figura presente na tela da TV, nos palcos e no cinema, a atriz estreita agora os laços com o público através de seu site. Neste espaço, você poderá saber um pouco mais sobre a trajetória da carioca, rever momentos marcantes e saber um pouco mais sobre o que ela pensa, além de descobrir outros talentos dela, como a paixão pela escrita. Nesta entrevista exclusiva, Letícia faz um balanço da carreira e apresenta para você o seu site. Boa leitura e surpreenda-se!
Quando você olha para a trás e vê o que conquistou, qual é a sensação?
Que eu percorri muitos caminhos, aprendi muitas coisas, mas ainda tenho bastante para percorrer e aprender.
Nunca teve dúvidas sobre a profissão?
Não, mas cheguei a cogitar a fazer outras coisas, outras faculdades, como sociologia, ciência política, filosofia ou até mesmo dança. Eu adoro.
Você tem feito uma novela por ano, sem contar teatro e cinema, por que esse ritmo tão intenso?
Pois é! Isso se intensificou ultimamente. E eu estou achando que é um momento que eu tenho que aproveitar e abraçar a todas as oportunidades. E uma coisa gera outra. A televisão nos dá visibilidade e me dá respaldo para eu produzir cinema e teatro. E atuar e chamar público. Uma coisa está atrelada na outra, apesar de serem linguagens diferentes. Mas é engraçado, porque eu não sei o motivo de isso estar acontecendo agora, no meio da vida (risos). Desde de que minha filha nasceu, eu não parei mais. E deveria ser ao contrário, né?! Eu não sei o motivo, mas estou aceitando da melhor maneira esse momento.
Pedro tem 19 anos. Stella tem 5. Quais foram os desafios que você enfrentou na maternidade de um e de outro, até mesmo pela diferença de idade entres eles?
Não teve desafio. Eu sempre fui mãezona, sempre tive vocação para ser mãe. Talvez esse seja um outro talento, que as pessoas não acompanham. Desde que Pedro e Stella nasceram, eu sempre soube o que fazer, meio que por instinto mesmo. Não teve tanta diferença. Como demorou muito entre um filho e outro, tive que lembrar coisas que tinha esquecido, houve algumas novidades nesse sentido.
O que te move como artista?
Tanta coisa! Tudo o que me emociona, que me toca e que eu possa tocar as pessoas. Não gosto de fazer nada à toa, por acaso. Não acredito nisso. Gosto de usar minha imagem para coisas que eu acredito, que eu acho importante. Apoio causas que são importantes como: as causas da natureza, dos direitos humanos, dos direitos indígenas, das crianças, dos animais, LGBT, e por aí vai. Não gosto de injustiça! São tantas as causas que temos que lutar por elas! Acho que isso também é uma função do artista. Não se acomodar nesse ponto e viver só da fama e futilidades. Eu sou artista por um propósito, isso me move. Como artista, eu busco coisas que possam me ajudar evoluir artisticamente e espiritualmente.
Você e Marcello Novaes fizeram muito sucesso como Raí e Babalu, em “Quatro por quatro” (1994). E agora vocês vão contracenar em “Sol Nascente”. Imaginava que pudessem fazer par novamente?
Sim! Eu só não sabia quando (risos). Eu estou adorando esse momento. Está sendo muito bacana.
O que você acha que as pessoas vão descobrir com o site e que não sabiam de você?
Talvez esse lado da poesia, que eu acho que é um talento um pouco desconhecido. Eu gosto muito de escrever. Tem várias poesias e poemas de várias épocas da minha vida, que eu posso mostrar para as pessoas e trocar. Poesias de amor são a maioria. Nesse espaço, eu posso trocar coisas que as pessoas gostam de saber de mim, falar dos meus trabalhos com mais profundidade. Estou reunindo meus poemas para fazer um livro que vai se chamar “Poemas da menina maluquinha”.
Se você tivesse a oportunidade de refazer um papel, qual seria?
Difícil! Eu me diverti muito fazendo “Senhora do Destino” (2004), me divertia demais com aquela personagem (risos). Talvez essa. “I love Paraisópolis” (2015) foi uma novela que a gente chorou quando acabou, porque as pessoas se gostavam muito. Deixou saudade. Gosto de trabalhar com o Luiz Fernando Carvalho, então, tem o “Rei do Gado” (1996), mas jamais poderia fazer aquela personagem de novo hoje. Mas pelo prazer da pesquisa, da profundidade, amaria. Bodas de Sangue, do Amir Haddad, gostaria de repetir ou até fazer um papel diferente.
JOGO RÁPIDO!
Uma virtude: Generosidade!
Um defeito: Vários (risos). Ansiedade.
Cor favorita: Azul.
Medo: Ter medo de algo.
Momento de alegria: Quando meus filhos nasceram.
De tristeza: Quando uma pessoa querida se vai.
Ser mãe de menino é: Ser moleca (risos).
Ser mãe de menina é: Ser lúdica!
Ser famosa: É uma consequência da vocação.
Não pode faltar na geladeira: Água de coco.
E na bolsa: Hidratante para os lábios.
Gosta de dormir: Oito horas por dia (gargalhadas).
Um talento que o público desconheça: Agora já sabem que eu canto. Dançar. Cozinhar. Ah, escrever poesias.
Nas horas vagas: Eu viajo. Amo.
Cada personagem é: Um mundo novo.
Atuar: É prazer!
Se não fosse atriz: Eu seria formada em dança ou socióloga.
O que teria feito de diferente: Teria passado por um caminho acadêmico. Eu quase fiz, mas a vida me levou para outro caminho.
Passado, presente ou futuro: Presente! É a partir dele que construímos o futuro. E o que passou, já passou.
Melhor conselho: Viver o momento presente (risos).
O que diria para a Letícia de 20 anos: Seja menos explosiva e ansiosa.
E o que pediria para a Letícia de 80: Não se acomodar nunca.